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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desabamento de Prédio em Belém expõe risco da construção civil nas cidades

O prédio de 35 andares, Edifício Real Class, ainda em construção na sua fase de acabamento, pertencente a construtora Real Engenharia e localizado na Rua 3 de Maio, entre José Malcher e Magalhães Barata, em Belém, desabou por volta das 14:00h deste sábado (29 de janeiro de 2011). Chovia e ventava muito no momento do desabamento.


A destruição foi total, afetou a estrutura de edifícios e casas na vizinhança, danificou a rede elétrica, e os escombros atingiram pessoas que passavam no momento do desabamento (inclusive dentro de carros). Vários carros que estavam na rua ficaram cobertos de poeira e pedras. Um bloco de concreto caiu no meio da rua. Informações preliminares indicam que um edifício ao lado do prédio também corre o risco de cair.

Há informações preliminares – não confirmadas – de um engenheiro civil que supostamente trabalhou na construção do prédio Real Class e que relatara haver um erro absurdo na concretagem de pilares dos primeiros pavimentos. O presidente do Crea-PA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Pará) e fiscais do Setor de Fiscalização do Conselho estão no local do acidente. Segundo levantamento preliminar, não havia denúncias no CREA-PA de que o prédio ameaçava cair e, a princípio, o registro do técnico responsável pela obra está regular.

Por que ocorrem desabamentos na construção civil? Os erros técnicos que geram estes acidentes na construção civil têm três causas básicas:

• Erros de avaliação na escolha do terreno, pela falta de uma sondagem séria que identifique os materiais que compõem o solo (areia, argila, aterros, áreas de turfa).

• Erros de cálculo das fundações, da estrutura, distorções do projeto arquitetônico, etc.

• Erros na execução da obra, resultantes da aplicação de materiais de baixa qualidade ou inadequados. Um exemplo é a utilização de areias com salitre encontradas próximas ao mar, que comprometem a qualidade do concreto pela corrosão na armadura de ferro — problema que pode surgir até muitos anos após a conclusão da obra.

Erros em engenharia de tráfego

Tem coisas no trânsito que eu não consigo entender, entre muitas delas, algumas coisas na estrutura viária mesmo. Estreitamento de pista é um caso grave em determinadas avenidas da região metropolitana de BH, e será o primeiro assunto que vou abordar aqui no blog.

A Avenida em questão é a Severino Ballesteros Rodrigues que se inicia próximo à Toca da Raposa, passa pelo CEASA e liga a região da Pampulha à Contagem. Também conhecida como Via Expressa de Contagem, nome que é correto depois que esta mesma avenida passa os limites da BR-040, próximo ao CEASA.

Bom, voltando aos problemas de trânsito. A avenida possui, no percurso ainda dentro do município de Belo Horizonte, algumas pontes para que os carros atravessem entre as margens do córrego Sarandi. Tudo certo, não fosse o fato que para fazer a conversão, o motorista precisa se conservar na faixa da esquerda, que em teoria é a faixa mais rápida e não deveria ter esse tipo de impedimento para quem precisa andar rápido, no limite de velocidade da avenida, é claro. O correto nesse caso seria uma faixa extra, mais à esquerda, para permitir a conversão.

O pior é notar que em todos os pontos de cruzamento existem quebra-molas na via principal, total falta de bom senso. A atenção de cruzar a via principal é do motorista que vem na rua que cruza com a avenida, e não o contrário. Semáforos também poderiam ser adotados, com critério, evitando sempre impedir o trânsito na avenida. Tecnologia para sincronização de sinais já existe, o motivo pelo qual não é utilizado, desconheço.

Depois de cruzada a fronteira entre Belo Horizonte e Contagem, as pontes de cruzamento deixam de existir, ao invés disso, existem rotatórias para controlar o fluxo dos veículos que cruzam a avenida ou deixam ou entram na mesma, um saída interessante a meu ver. Algumas pontes ainda existem, mas apenas para retorno. Sobre as rotatórias, o problema que é facilmente percebido por qualquer um que utiliza a avenida é a péssima qualidade do asfalto, nunca consegui entender o motivo de ser tão pior nas rotatórias que no resto da avenida.

Ainda falando sobre o trecho de em Contagem, o problema que considero mais grave: O estreitamento da faixa da esquerda. Novamente, afinal, a faixa da esquerda serve para ultrapassagens, ou seja, é destinada aos veículos em velocidade superior aos demais, e portanto, um estreitamento dessa faixa é algo inaceitável.

Porém, quem projetou a avenida parece que não pensou nisso. E como no trânsito brasileiro tudo o que é ruim, pode piorar, esses estreitamentos de faixa acontecem também em locais bizarros como saídas de curvas. As imagens ao final do meu texto comprovam.

Imagine você fazendo uma ultrapassagem, ou apenas vindo a 70 km/h que é a velocidade regulamentar da avenida, quando, na saída da curva, você enxerga que há um estreitamento. Ou você reduz a velocidade drasticamente, ou muda para a faixa imediatamente à direita. Já vi diversos acidentes nestes estreitamentos de faixa em Contagem. Na primeira imagem, logo abaixo, a mureta do córrego está destruída em várias partes próximas, e não é por acaso.



A segunda imagem que mostro, é em um estreitamento que acontece logo no acesso do viaduto sobre a BR-040. Ali próximo, há uma saída do CEASA com um grande fluxo de caminhões. Na própria imagem eu consigo imaginar um motorista na faixa da esquerda pensando em ultrapassar o caminhão que está na faixa da direita e o motociclista que está na faixa central, porém, o estreitamento ridículo de pista impede a manobra, e quem não conhece o local, pode facilmente causar acidentes por este motivo. Nessa mesma curva há um desnível absurdo, uma depressão no asfalto, o que a torna incrivelmente perigosa.